Vês, chegou a hora de meu povo balançar
Já faz tempo,
E agora nunca é tarde pra sonhar
Canta galera azul e branco,
Solta forte essa emoção
Boi Garantido,
Muita paz no coração
Vais, Boi-Bumbá Garantido,
Com tuas cores invade este chão
Vens lá da Grécia, Já virou tradição
Conta tuas estórias nativas
E encantas esta multidão
Mostrando tuas raízes,
Tua história paixão
Rei Minos,
Abriu a porta, sorriu
No labirinto, Minotauro surgiu
E ás sete moças, sacrifícios e dor
E no Egito o boi se venerou,
E aqui chegou
Bumba-meu-boi, eu sou Garantido
Eu sou bonito, eu sou povão
Te segura contrário tua sorte está em
Minhas mãos (levante as mãos)
Levante a mão,
Eu sou Garantido,
Eu sou orgulho da região
Garantido, Garantido, eterno campeão
És campeão
Coari – 1993
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1 comentário em “Histórias de Boi-Bumbá – José Willace”
É inesquecível a memória e cenário remotos de Coari, o capítulo final da disputa sistemática, dos bumbás, Corre-Campo e Rei Garantido! Fato ocorrido, historicamente, no final da tarde de um dia 26 de junho de 1993! Após ser anunciado que o Corre-Campo, da escola João Vieira, no bairro do Itamaraty, mas que foi adotado por Chagas Aguiar, como seu ícone incontestável de guerra e garra, os torcedores do Bumbá Rei Garantido, da escola Progente, centro da cidade, com muitos torcedores no bairro de Tauá mirim, saíram dali, a dá início seu protesto por ter sido derrotado pelo boi periférico! Corre-Campo, imediatamente, e pela primeira vez, vencia o Garantido! Desde 1987 o Bumbá azul e branco, do Centro de Coari começou a se apresentar! Corre-Campo, desde 1986 surgiu no seio da escola João Vieira! Um com nome de boi de Parintins, o outro, com nome de boi de Manaus, mas nada de estranho, a prática está presente na história cultural dos bumbás do Amazonas! Não é proibido fundar Bumbá e batiza-lo com nome de outro na história do Amazonas! Mas bem, o protesto do Rei Garantido, por se ter perdido pela primeira ao Corre-Campo, foi grandioso e hemblematico! Teve palavrões de baixo calão, e um clone do boi Prata-Fina, fundado no início dos anos 40, por seu Ioiô, queimado na esquina da 5 de setembro com a 2 de agosto, bem em frente ao paço municipal! Muita revolta. Rei Garantido, até o festival de 1989 se chamava apenas do mesmo nome, sem o Rei na frente. Naquele festival, se tornará BI campeão, de modo muito Justo! Sempre chegou chegando, com um espetáculo inovador, bem elaborado, bem feito e bem arrumado! Seus brincantes bem ensaiados, a exaustão! Indumentárias, bem formuladas, bem ornadas, estampando sempre que possível seu azul e branco, sacro, de guerra! O Corre-Campo, do bairro, longe do Centro, vinha num espetáculo mais, digamos, pela visão dos torcedores derrotados em 1993, do Rei Garantido, chegava desalinhado, muito espalhafatoso, usando cores berrantes, desproporcionais…. resumindo, Corre-Campo, vinha pra brincar e suar! Por isso, a inovação do festival foi parar mesmo nas estampas do Bumbá azul e branco, do Centro da cidade ( mas não desse centro de hoje), e sim do centro dos anos 90. Naquele tempo a Praça ainda era Getúlio Vargas, e tinha até o chafariz azul, bem no centro da mesma! Pois bem, mas em 1993, enquanto o escurecer chegou mais rápido no centro, em vez do bairro de chagas, no leste da cidade, onde o sol nasce todos os dias, até hoje, os brincantes e torcedores do Corre-Campo, vivam momentos de extremo êxtase pelas ruas e vielas das Chagas! Era gente chorando, bebendo, gritando feliz da vida, pois o boi negro de Coari ( Corre-Campo era negro, Rei Garantido, branco), havia derrotado o rival do centro nada cidade!!! Teve passeata, teve o pajé, importado de Manaus, Fabiano Alencar, dos shows de bumbás tradicionais da Ponta Negra, subindo na marquise da escola estadual João Vieira, dançando e incorporando pra agitar aquela galera hiper feliz por ostentar o título do festival de 1993!!! Teve de um tudo naquele final de tarde! Tanto de um lado quanto de outro da cidade a história cultural de Coari estava em processo de construção. E a música, bela letra e música, apresentada aqui , contava um pouco do enredo do Rei Garantido daquele ano, História de Boi! E o Corre-Campo, que vinha de duas derrotas, sofridas nós festivais de 88 e 89, trouxe um tema um tanto genérico: Cultura Indígena, mas que por ter vendido, pareceu agradar ao olhar do júri a época! Depois desse dia negro aos torcedores azuis de Coari, a promessa foi de jamais retornar a quadra da Escola Estadual D. Mário, onde foi realizado o festival folclórico de 1993, pra disputar com o boi negro das Chagas, e assim a cumprem até hoje! Enquanto isso, o Corre-Campo, que não fez promessa alguma, era visto, aqui e acolá, se enxirindo, pelas ruas e quadras de seu bairro, ostentando, até hoje, o título de campeão!!!! Essa música, ao ser ouvida, nós faz lembrar de todas essas lembranças….