Nesse texto vamos poder mergulhar nas minhas memórias da Festa da Banana.
Na década de 80 foi comum no Brasil algumas cidades criarem festivais em comemoração à grande produção do seu principal produto agrícola. Essas festas eram incentivadas nacionalmente pelo programa dominical Globo Rural. No Amazonas, o governador era Amazonino Mendes, que através da agência Emamtur (Empresa Amazonense de Turismo), estimulou a criação de vários festivais nas cidades da hinterlândia amazonense.
A Festa do Guaraná foi a precursora no Amazonas. Começou na década de 60 e permanece sendo realizada todos os anos na cidade de Maués. Depois tivemos a Festa do Açaí em Codajás, a Festa do Leite em Autazes, a Festa do Tucunaré em Nhamundá, a Festa da Castanha em Tefé, Festival do Peixe Ornamental de Barcelos, a Festa do Cupuaçu em Presidente Figueiredo, a Festa da Laranja em Anori e muitas outras espalhadas por todo o Amazonas.
Tenho em minhas lembranças o ano de 1989, Coari era uma cidade pacata, tranquila, ordeira e passava por grandes transformações em sua estrutura. O prefeito era Evandro Aquino, um técnico agrícola de formação e funcionário do IDAM. Em seu primeiro ano de mandato foi criada a lendária Festa da Banana, que seria realizada todos os anos, na primeira quinzena de dezembro.
Eu, ao realizar uma pesquisa intensa nos jornais do Amazonas, constatei que desde a década de 60, Coari já vinha sendo noticiada como detentora da maior produção de banana no estado do Amazonas, chegando ao grande ápice no final da década de 70 e por todos os anos 80. Em 1988, Coari enviou mais de um milhão de cachos de banana para a capital do estado.
Evandro Aquino criou uma comissão organizadora composta de membros do Departamento de Cultura e do IDAM. No planejamento foi criado prêmios para o agricultor com maior produção de banana, premiação para o maior cacho de banana, premiação para o agricultor com maior variedade de banana (Prata, Maçã, Pacovan, Nanica, Ponta Fina, Inajá ou Ouro, etc.), concurso de comida típica onde o principal ingrediente seria a banana, concurso de calouro, concurso de dança, e a atração mais esperada da noite, a eleição da Rainha da Banana.
O concurso de Rainha da Banana tinha sua essencial característica em ser um concurso de beleza em que o traje típico era muito importante na nota final de cada candidata. Não era só a beleza plástica, mas todo um conjunto da apresentação. Na comissão organizadora, faço um destaque para a Professora Simonete Dantas que era a organizadora de todos os desfiles oficiais promovidos pela prefeitura de Coari e ao artista plástico Izocrates Brandão (Dó) que era responsável pela construção dos lendários palcos do aniversário da cidade e da Festa da Banana.
A Festa da Banana foi realizada na recém-criada Feira do Produtor Rural, no aterro em cima do igarapé de São Pedro. A Feira do Produtor Rural começou no início da década de 80, em plena rua da praça São Sebastião, depois houve uma mudança para o início da rua 5 de Setembro, passando pela frente do sobradinho dos Dantas e continuando até o Instituto Bereano de Coari na rua Rui Barbosa. Como era uma feira que acontecia na rua, não havia organização, higiene e segurança, proteção das chuvas etc., era preciso de um local que viesse a atender os anseios dos produtores rurais e festejar a grande produção de banana do município.
No dia 23 de novembro de 1999, aconteceu uma das primeiras ações da comissão organizadora, a realização de uma viagem a capital, com o prefeito Evandro Aquino, as Candidatas a Rainha da Banana, para convidar o Governador Amazonino Mendes e solicitar apoio da Emamtur, a agência de turismo do estado do Amazonas, para patrocínio das atrações regionais.
As candidatas selecionadas para concorrer ao título de Rainha da Banana foram: Fernanda Alves, que já mostrava muitas técnicas nos desfiles de moda em Coari; Simoni Medeiros, candidata que nasceu em Maués e morava com a família do tio Arnaldo Alves (Sevla); Eloiza Reis, irmã da icônica goleira de handebol, Karatê; Arione Boaes, a única candidata que ainda reside em Coari; e finalmente, Gerlane Farias, que já era 1ª Princesa do Miss Coari 1988 e Miss do Boi-bumbá Rei Garantido em 1989.
— Ninguém vai conseguir me separar do meu amigo Gilberto Mestrinho.
A 1ª Festa da Banana aconteceu no dia 9 de dezembro de 1989 e foi palco da reaproximação e apaziguamento entre o governador Amazonino Mendes e o ex-governador Gilberto Mestrinho que durante a solenidade de abertura da festa estavam lado a lado no palanque fazendo seus discursos sobre a volta da eleição para presidente da república de 1989 e a disputa entre Lula e Collor.
A sensação de estar naquele novo local de eventos em Coari era inexprimível. Uma pequena passada no Bar’nanas do Gamal e da Irley para acabar a sede era um costume de todos os amigos. Um amontoado de pessoas assistindo aos espetáculos dos cantores e bandas que foram contratados pela prefeitura de Coari e pela Emamtur.
Nessa época a nossa turma costumava ouvir A-ha, Pet Shop Boys, Pink Floyd, Madonna, Guns N’ Roses, Freddie Mercury, Scorpions, RPM, Paralamas do Sucesso, Legião Urbana, Cazuza e as músicas traduzidas do F. Cavalcanti no seu programa For Make Love, que gravamos em fita K7 no microsystems, às rádios FM de Manaus no último andar do Coari Palace Hotel. Por outro lado, na festa da Banana tivemos acesso a ritmos bem nacionais e populares.
Durante toda a Festa aconteciam apresentações de atrações regionais e nacionais no palco principal do evento. A Banda Embaixadores de Manaus, trouxe uma apresentação dos principais hits de 1989: lambadas, forró, axé music e pagode. Em seguida, aconteceu uma apresentação da dupla sertaneja cover Havaí e Rouxinol que cantaram músicas de Leandro e Leonardo, Chitãozinho e Xororó. E para finalizar a festa, houve a apresentação de Genival Lacerda, que cantou seus sucessos: “Radinho de Pilha”, cheia de duplos sentidos; “Severina Xique Xique”, “Ele tá de olho é na boutique dela…”; por fim, “Mate o Véio, Mate”.
Eram músicas que ouvia nos LPs da série Os Motokas que costumava diariamente ouvir na eletrola Nivico do meu pai. Era a forma que tínhamos de nos atualizarmos do que acontecia no mundo musical.
A atração nacional, que encerrou a parte musical da noite, ficou por conta do Rei da Lambada, Betto Douglas, que contagiou a plateia com seu repertório do ritmo mais quente do início dos anos 90, a lambada. Ele cantou seus sucessos como: Lambada do Galo Gago, Cúmbia Brasileira, Merengue da Moreninha, Merengue Lambada, Sinto Amor em teu Olhar.
O concurso Rainha da Festa da Banana foi muito concorrido e movimentado. As 5 candidatas dividiram a cidade e a torcida de cada uma era muito efusiva e calorosa. As melhores apresentações na passarela, contando simpatia, beleza plástica e elegância, foram de Fernanda Alves e Gerlane Farias.
O fechamento e a principal atração da 1ª Festa da Banana foi o glamouroso concurso que escolheu a 1ª Rainha da Festa da Banana. E a eleita foi uma jovem morena de 15 anos, Gerlane Farias. Hoje nossa primeira rainha reside na cidade de Governador Valadares, no interior de Minas Gerais.
A Segunda Festa da Banana
A 2ª Festa da Banana foi um marco na história das festas regionais. Agora seriam 02 dias de festa, as candidatas desfilariam com trajes típicos relacionados ao cultivo da banana, aumentou a quantidade de concursos ligados a produção da banana. Foi uma festa em que a população já entendia o enredo dos acontecimentos.
A Festa da Banana teve como objetivo incentivar os produtores e agricultores a investirem cada vez mais em seus empreendimentos visando o aumento da oferta de seus produtos à população coariense e consequentemente a melhoria de suas receitas.
O evento foi uma forma de resgatar as manifestações da cultura coariense, através das atividades artísticas desenvolvidas no município. Além de incrementar o mercado através dos produtores de banana, gerando com isso divisa para o município. Por fim, foi uma forma de democratizar o acesso ao lazer, considerando como direito da população, fator de desenvolvimento humano e promoção da qualidade de vida do coariense.
Coari, nessa época, era o maior produtor de bananas do estado do Amazonas, com uma produção de 1 milhão e 200 mil cachos anuais. Mas, não era só uma festa para a área cultural e agrícola, pois foram inauguradas várias obras naquele ano. Sendo a principal, a reinauguração do estádio Carecão, antigo estádio Alexandre Montoril, que a partir daquele ano passou a se chamar “José Rosquildes” em homenagem a filho do ex-prefeito Roberval Rodrigues, que era atleta de futebol e faleceu com 19 anos, vítima de afogamento, voltando de uma excursão desportiva de outra cidade.
A programação da 2° Festa da Banana foi bastante variada. Houve apresentações de cantores nacionais, regionais e locais, show de calouros, carreata, passeio turístico de barco pelas praias principais do município, concurso da maior produção de banana, o maior cacho de banana, o grandiosíssimo concurso para a escolha da Rainha da 2ª Festa da Banana e a tradicional corrida da banana.
Na área da festa, feira do produtor rural, foram dispostas 15 barracas vendendo produtos típicos da banana, como: a torta de banana, a pizza com a cobertura de banana, a salada de banana, a farofa da casca da fruta entre outros. “Antes, a casca era jogada fora. Hoje, ela também é aproveitada.”, afirmou o chefe da Emater-AM de Coari, Luiz Rebelo. No stand da Emater, além de vender comidas típicas, mostrava o que era possível produzir da banana, como, por exemplo: vinagre, licores, mel, cocada, etc.
Nesse ano de 1991, houve uma maior participação da Emamtur, que ofereceu os prêmios para os vencedores dos concursos, contratou atrações para se apresentarem na festa, além de darem todo o apoio necessário para a realização do evento.
Durante a festa foi realizado um concurso de calouro, em que o vencedor foi o jovem Jean Walmor com a música “Era um garoto como eu que amava os Beatles e os Rolling Stones”.
A programação da 2ª Festa da Banana aconteceu com a presença de cantores e bandas locais e regionais. Foram atrações como o cantor coariense Piska que cantou sua muito conhecida composição Estrela Distante; a Banda Playpop que trouxe um pouco das músicas mais tocadas em todo o país; Netinho do Solimões; Edney e Billy Marcelo; Sandrinha, a pepita dos garimpeiros, que fez um show com músicas sensuais e um show com muita interação e participação do público presente; e para encerrar a noite, Pinduca, o Rei do Carimbó, que trouxe diretamente de Belém do Pará seu repertório muito conhecido na região do Médio Solimões.
O momento principal da programação do evento foi o concurso de Rainha da 2ª Festa da Banana. Na abertura, houve a apresentação da Rainha da 1ª Festa da Banana, Gerlane Farias, que encantou todo o público ao fazer seu desfile de despedida.
O concurso Rainha da II Festa da Banana foi narrado no jornal Folha de Coari dessa forma:
“A primeira a pisar na passarela foi Ana Creuza, com um vestido todo em verde, destacando-se o desenho da banana em amarelo. Ana Creuza fez um belo desfile. A segunda foi Elane Souza; com um lindo sorriso no rosto, ela apresentou-se como sendo a própria fruta e trazia sobre a cabeça uma palma de banana. Seu desfile também foi muito bom. Em seguida, a loiríssima Cleomara Costa emocionou a plateia, derramando muito charme e simpatia. Cleomara desfilou com a fantasia denominada “Chiquita Banana”.
♫♫ Chiquita Bacana lá da Martinica
Se veste com uma casca de banana nanica ♫♫
“Foi uma alusão a marchinha de carnaval ‘Chiquita Bacana’ cantada por Emilinha Borba e composta por Braguinha, com referência e inspiração ao existencialismo francês, no carnaval de 1949.” Grifo meu.
A penúltima candidata foi Marilene Maciel. Para saudar a grande homenageada, Marilene trouxe consigo um pé de bananeira, além de fantasiar-se com as folhas e os frutos da árvore. Astrid Silva encerrou o desfile. Sua apresentação simples e alegre deixou o público emocionado. Sua fantasia transparente e sensual talvez foi o suficiente para conquistar a simpatia dos jurados. Astrid Silva, de 16 anos, foi eleita rainha da II Festa da Banana. Como premiação, ela ganhou uma passagem aérea Manaus-Fortaleza-Manaus, com direito a acompanhante”.
“No concurso de Rainha da 2ª Festa da Banana foi marcado por uma disputa muito intensa entre Cleomara Araújo e Astrid Silva. Cleomara estava na melhor fase de sua vida para concursos de beleza, graciosidade, charme, uma beleza plástica indescritível, elegância na passarela usando técnicas modernas, contudo, seu traje típico com elementos de contemporaneidade e alguns brilhos não eram condizentes com as festas regionais daquela época no Amazonas”.
“Astrid Silva, foi assessorada por Socorro Barreto, que era a mentora da Miss Mara Alfrânia e uma artista plástica muito atualizada e contextualizada do que acontecia nos demais festivais regionais. Socorro elaborou uma indumentária branca com muita transparência, trazendo uma sensualidade leve e uma saia cheia de produtos relacionados ao cultivo da banana. Aquele vestido até hoje é lembrado pelos amantes de concursos de beleza pelo seu bom gosto e originalidade”.
A 3ª Festa da Banana
Os preparativos começaram com uma visita da comissão organizadora da Festa da Banana ao o governador em exercido, Francisco Garcia, sendo recebida no Palácio Rio Negro. A comissão, chefiada pelo prefeito Evandro Aquino, os membros do departamento de cultura, e as candidatas à rainha do evento. O objetivo foi levar pessoalmente o convite para o governador participar da festa, conseguir patrocínios e infraestrutura.
Francisco Garcia enfatizou o sucesso da festa nos anos anteriores e a importância como incentivo econômico e turístico para o município. A dificuldade de financiamento, também, foi tema da conversa do governador com o prefeito, face à situação econômica do País. Evandro disse que a produção de banana representa dinheiro em circulação, com uma média de 3 milhões de caixa anual, exportada para a capital e demais cidades, com a produção totalmente natural, sem nenhum recurso industrial.
A Festa da Banana, que surgiu da necessidade de incentivar e homenagear o produtor rural, recebia a cada ano mais turistas e foi considerada, a segunda maior festa do estado do Amazonas. Para a 3ª Festa da Banana, fazia-se uma estimativa de um público de 5 mil pessoas dos demais municípios e da capital. Segundo Evandro Aquino, já existia na época, uma preocupação em todos os setores do turismo, desde hotel, alimentação, à informação sobre o cólera, devido à grande divulgação de casos no município no início da década de 1990.
O governador agradeceu o convite e desejou sucesso à comissão organizadora e lembrou às rainhas o espírito de competição, que segundo ele, é o da participação no evento como processo de desenvolvimento para o município.
A Festa:
A 3ª Festa da Banana aconteceu nos dias 6 e 7 de dezembro de 1991. Foi um evento muito concorrido e mais uma vez emocionou o público presente. A área da Feira do Produtor Rural foi pequena para comportar uma multidão, calculada pelos organizadores, em torno de cinco mil pessoas. Os cantores Nino Gato, Netinho Solimões e Perla, além da Banda Impacto, animaram os dois dias de festa. As barracas típicas também se traduziam em atração, vendendo comidas feitas com banana.
Durante o dia aconteceram atividades desportivas como: a Corrida da Banana, cujos vencedores foram o PM Romério e Gerlane de Souza. As principais ruas da cidade ficaram mais animadas com a Carreata das Candidatas a Rainha, que teve a participação de carros, motos e bicicletas. E na área da feira do produtor rural, aconteceu concursos e show musical.
O concurso de Rainha da Banana:
Foi a primeira festa da banana em que podemos constatar uma grande evolução nos trajes típicos do concurso de Rainha da Festa da Banana. Os artistas plásticos já estavam atualizados e contextualizados quanto ao padrão das roupas típicas das festas regionais e neste ano, superaram as expectativas. Aconteceu um desfile com excelentes trajes típicos e uma seleção primorosa das candidatas.
As candidatas a Rainha da 3ª Festa da Banana foram: Jan-neves Ribeiro, Fabiana Gomes, Adriana Vieira, Sanara Marques, Nancy Batista.
O auge do evento foi a escolha da rainha da Festa da Banana. Na minha previsão e opinião na época, a grande disputa do concurso Rainha da 3ª Festa da Banana seria entre as candidatas Jan-neves Ribeiro (Miss Coari 1989) e Fabiana Gomes (4ª no Miss Coari 1990). Aconteceu um desfile com muitas técnicas novas, trajes típicos tradicionais, naturais e originalidade. Para a confecção dos trajes, que sempre se referiam a banana, foram usados frutos e folhas desidratadas, entre outras partes da bananeira.
A estudante Fabiana Raírima da Conceição Gomes, 17 anos, foi eleita a rainha da 3ª Festa da Banana, na madrugada do segundo domingo de dezembro de 1991. Ela concorreu com mais quatro candidatas; obteve 174 pontos do júri formado por empresários, profissionais liberais e artistas que analisaram a beleza plástica e a criatividade nos trajes das candidatas. A segunda colocada, Adriana Vieira da Costa, 17 anos, conseguiu 171 pontos, seguida de Jan-Neves Ribeiro Nogueira, 19 anos, que alcançou 170 pontos. Disputaram ainda as estudantes Sanara Marques de Araújo, 16 anos, e Nancy de Souza Batista, 17 anos.
A Rainha da 3ª Festa da Banana, Fabiana Raírima da Conceição Gomes, destacou-se muito no item de julgamento Beleza Plástica Corporal. Ela já havia disputado o Miss Coari em 1990, ano que Mara Alfrânia foi eleita Miss Coari, e naquele ano de 1991, foi Miss Amazonas 1991, que aconteceu na cidade de Itacoatiara.
Astrid Silva, rainha da 2ª Festa da Banana, passou às mãos de Fabiana o cetro, o manto e a coroa. Ela reinou como rainha durante um ano. “Eu acho que o mais importante para mim, foi o carinho do público. É importante saber que o povo coariense gostou da nossa festa, que me apoiou, inclusive recebi muitas manifestações de apoio das pessoas quando andava pelas ruas”, afirmou Fabiana Gomes na época.
Durante a sua apresentação no palco da Festa, Fabiana recebeu muitos aplausos do público, que superlotou a área da Feira do Produtor Rural.
“Eu acho que tudo isso contribuiu para que esta festa fosse muito bonita e, acima de tudo, quero agradecer o apoio recebido das autoridades e de todo o povo; também agradeço a comissão organizadora pela escolha de nossos nomes para disputar o título e pela oportunidade que me deram”, falou emocionada Fabiana.
Mas a sensibilidade de Fabiana ainda estava por surgir em suas declarações. Ela lembrou dos agricultores, os quais são o motivo da festa. “Espero que eles continuem plantando a banana para que Coari a tenha como forte produto de sua economia. Quero agradecer aos agricultores, porque foi através do trabalho deles que esta festa pode ser realizada”, finalizou.
Um fato marcante da 3ª Festa da Banana foi a apresentação da cantora paraguaia de muito no Brasil, Perla. Ela cantou os seus sucessos: Índia, Fernando, Pequenina, Rios da Babilônias, Pela Estrada do Sol, Galopera, etc. Foi inesquecível aquele momento, música que cresci ouvindo na eletrola Nivico do meu pai. E o momento cômico do evento foi quando a cantora chamou o prefeito da cidade para dançarem, foi quando ambos caíram durante uma dança. A cena foi gravada pelas filmadoras Panasonic VHS M8, onde as fitas eram exibidas nos aparelhos de videocassete da época, e eu acredito que foi o primeiro meme coariense.
Esse foi meu primeiro texto sobre as minhas memórias da Festa da Banana. Se você chegou até aqui, obrigado pela leitura sobre uma Coari pacata e diferente. Uma Coari de um tempo, que o vento levou.
12 comentários em “Minhas Memórias da Festa da Banana – 1989 a 1991”
Muito bom rever essas memórias. Principalmente por conta das pessoas que fizeram parte de tudo. Os artistas, as candidatas a rainha da festa, as rainhas vencedoras… Tudo em um grande e especial momento de “rememoração”. O estilo dos desfiles das candidatas a rainha festa, temático, começou a se modificar com a participação da estilista e artista plástica coariense Socorro Barreto. Naquelas épocas, seu trabalho de confecção de trajes e indumentárias especiais, também, estavam presente nos festivais folclóricos da cidade.
Parabéns Archipo pelo belo trabalho, boas lembranças. Abraço.
Eu tenho uma vaga lembrança no ano em que teve o cantor nacional da época Jerry Adriane
Também uma candidata a rainha da banana caiu do palco na hora de seu desfile
Bons tempos
Um trabalho fantástico! A experiência da minha pesquisa foi bastante positiva, pois consegui encontrar fontes históricas da nossa linda Coari.
Gostaria de acrescentar como fonte de melhoria, um enfoque especial na economia do município.
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